Eliane Vianna – Aluna do 7º período
“Amor pelo esporte e pela cultura afro-brasileira”. É assim que os integrantes de um grupo de capoeira, de Ouro Branco, definem seu envolvimento com essa atividade secular. Criado em 1997 pelo professor Kojak, o grupo integra a Fundação Internacional Capoeira Artes das Gerais, que reúne capoeiristas de todo o país. Atualmente, o grupo atende na cidade, gratuitamente, a cerca de 600 crianças de escolas da rede pública de ensino, além de 40 adolescentes e adultos, que se reúnem na praça Santa Cruz.
Coordenado por Wanderson Wagner de Campos, o grupo ajuda a divulgar a cultura afro-brasileira em Ouro Branco e região. Wanderson, que é mais conhecido como “professor Sapo”, pela altura de seus saltos durante o jogo de capoeira, é personal trainer, formado em Educação Física pela Faculdade Santa Rita (Fasar) e pratica capoeira desde os 15 anos.
Ele explica que a idéia de formar um grupo de capoeira surgiu em 1997, com o professor Kojak: “O professor veio para Ouro Branco e iniciou um trabalho na Academia Performance. Em 2001, ele viajou para a Europa, onde foi difundir o esporte. Assim, fiquei responsável pelo trabalho e implementei mudanças, retirando o esporte da esfera exclusiva da academia e levando-o para o espaço público”, explicou.
De acordo com o professor Sapo, o grupo desenvolve várias atividades: “Ao longo das reuniões, temos aulas teóricas sobre capoeira e cultura afro. Além disso, promovemos aulas práticas, expressão corporal e iniciação musical, com instrumentos de percussão”. O grupo não recebe nenhum tipo de apoio para se manter: “Estamos buscando parcerias através de projetos de lei de incentivo à cultura, além do apoio da iniciativa privada. Não contamos com o apoio de nenhuma empresa, o que é uma pena, já que o esporte tem sido tão benéfico para a sociedade. As principais dificuldades do grupo são a falta de uma sede e de recursos para uniformes, materiais e viagens”, afirmou.
Saiba mais
Segundo historiadores, a capoeira é uma manifestação afro-brasileira que teve início no Brasil, motivada pela ânsia de liberdade dos escravos africanos frente ao sistema escravista. A partir do século XIX, nos estados da Bahia, Rio de Janeiro e Pernambuco, a capoeira ganhou formas peculiares, sem perder os interesses de liberdade e cidadania. Em 1937, foi legalizada por Getúlio Vargas em uma apresentação feita por mestre Bimba, no Palácio do Catete. É nessa época, final do século XIX e meados do XX, que a capoeira começa a se organizar em forma de roda, sendo realizada em dias de festas populares e religiosas, como um jogo.
O grupo de capoeira de Ouro Branco luta para construir sua sede e reivindica apoio da iniciativa privada e reconhecimento através da Lei de Utilidade Pública. Interessados na prática de capoeira podem entrar em contato com o professor Sapo, através do telefone 8786-3996.
Alunos durante um encontro de capoeira, na praça de eventos de OB